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Apenas um rapaz, um rapaz que não tem medo de mostrar seus sentimentos, aliás, tem orgulho. Amor não é algo para ser guardado oculto dentro de nós, mas sim dividido com o mundo, pois o amor está em falta ultimamente...

sábado, 16 de março de 2013

Luzes da cidade




Sem medo, pelas ruas desertas, nós andamos. Buscando um rumo que não existe, vivendo um sonho palpável chamado amor.
Nossas sombras intermitentes seguem o ritmo das luzes que passam por nós. Sem pessoas, sem carros, sem sons.
Apenas eu e você na imensidão silenciosa de asfalto e concreto.
Apenas nossos passos ecoam pelos becos e vielas.
Caminhando de mãos dadas, você agasalhada com meu casaco, enquanto eu resisto ao frio da madrugada com uma mera regata branca.
Seu andar me fascina. Passos calmos, curtos e suaves. Não me incomodo em acompanhar cada um, maravilhado.
Já que a cidade carece de vida, porque não sentarmos na calçada, com os pés na rua, e aproveitar a privacidade que a noite nos traz?
O cavalheirismo não morreu. Ajudo-lhe a se sentar no meio-fio, logo lhe faço companhia no chão.
Estamos entrando no inverno, mas parece que está presente há meses, pois o ar congela e nossas respirações condensam. É uma visão única olhar para você toda encolhida envolta de si mesma, apertando o moletom contra a pele num abraço solitário, tremendo e sorrindo carinhosa.
Meu coração transborda com uma overdose de carinho e admiração que sinto por você.
Meu anjo, sentada ao meu lado, desejando-me com o olhar.
Nem grilos estão presentes para fornecer um trilha sonora para nosso momento sozinhos.
Tenho que romper o silêncio que já começa a pesar o ar.
E então nossos beijos se fazem audíveis. O encontro sublime de lábios que pouco se conhecem, mas muito se entendem, a coreografia improvisada de nossas línguas que juntas dançam, a pele que arrepia - mas não de frio-, os olhos que mesmo fechados são capazes de ver dentro um do outro.
Amor sincero, puro e irrefutável sendo derramado num único beijo que preenche não apenas nossas bocas, mas nossas almas.
Não sinto frio, não sinto fome, não sinto sono, não sinto dor e, muito menos, não sinto saudade. Finalmente a tenho, só para mim.
E por não conseguirmos dormir, trouxe-a para cá, para as ruas vazias de uma cidade fantasma.
Está nublado e as nuvens estão pintadas com um alaranjado belo, embora artificial.
Os prédios estreitam o horizonte, as janelas todas fechadas dividem os mundo individuais de cada um, e nos oferecem um momento de privacidade aparente.
A única coisa viva nessa cidade, além de nós, são as luzes que não nos abandonam.
Os postes que nos iluminam e nos acompanham enquanto continuamos nossa caminhada solitária até lugar nenhum.
Somos apenas eu e você no meio do nada.
Perfeito. Pois com você não quero mais nada.

Seremos sempre assim... Um casal iluminado sozinho no mundo.
Não precisamos do mundo.
Não precisamos das pessoas.
Precisamos apenas um do outro.

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