Quem sou eu

Minha foto
Pátria, Amada, Brazil
Apenas um rapaz, um rapaz que não tem medo de mostrar seus sentimentos, aliás, tem orgulho. Amor não é algo para ser guardado oculto dentro de nós, mas sim dividido com o mundo, pois o amor está em falta ultimamente...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Depois da ceia



Depois de uma ceia farta de comida, e vazia de sentimento, nós nos retiramos e nos afastamos da mesa, onde todos ainda se enchem de petiscos e conversas efêmeras.
A noite nos abraça com a brisa fria de fim de ano. Empresto-a meu casaco e saímos a caminhar sem rumo pela escuridão do gramado. Ainda dava para ver pela janela as pessoas juntas a “aproveitar” o Natal.

Nossos passos silenciosos na grama orvalhada, o vapor de nossa conversa suspenso no ar, a cada palavra uma pequena nuvem saía de nossas bocas.

Eu e ela não estávamos sozinhos, trazíamos conosco a última garrafa de vinho da noite – quase no fim.
 O gramado termina e andamos sem rumo pela rua deserta. Olhamos todos em suas casas fingindo amor e caridade, trocando presentes baratos e forçando sorrisos. Mas não nós... somos os únicos que não precisam fingir.

Viver não é fazer da vida um mural social e pendurá-lo bem alto para que os outros invejem suas fotos; é guardar as lembranças num álbum, para depois, no final de seus dias, folheá-lo e lembrar-se de como a vida foi boa.
Hoje estou construindo minha memória mais preciosa, nossa primeira noite juntos. Não precisa ser no calor de uma cama entre quatro paredes, ou sentados numa sala de estar com várias testemunhas de nosso amor. Para mim, basta que sejamos eu e você.

Depois de quilômetros de lento crescimento da expectativa, me encontro na sua frente. Sem o que dizer. Fico mudo, mas não por falta de conteúdo, e sim porque você me deixa sem palavras.

Chegamos ao ponto de sentarmos na calçada, não por embriaguês aparente – nem tocamos na garrafa de vinho do Porto –, mas por uma vontade que nos acometeu subitamente. Dividir nosso calor na noite fria, ouvir sua respiração suave e profunda, com cabeça apoiada de leve em meu ombro e deslumbrando as estrelas que piscam para nós.

Enquanto acompanhamos com os olhos o vinho caro que eu despejo na sarjeta, ela leva a mão ao meu rosto de barba mal-feita... arranhando a mão nas carícias doces de seus dedos gelados. Toca-me os lábios como um sinal chamando-me para beijá-la. Nosso semblante tímido desaparece durante nosso beijo indiscreto... Não posso ser discreto realizando um sonho...

Sob a luz de um poste que nos ilumina como um holofote de teatro. Encenamos uma peça linda. A única diferença é que não há atores, há apenas dois corações gratos e exultantes por terem recebido seus desejos de Natal – amor.

Você nunca foi do tipo acostumada a dormir tarde. Suas pálpebras pesam. Deito sua cabeça em meu colo e me deslumbro ao ver você cair no sono.
Aguardando o nascer do Sol e acariciando seu cabelo macio.
O horizonte clareia com os primeiros raios do novo dia.
Pego-a em meus braços e voltamos para a casa agora vazia e com os rastros do banquete que ali se fez.
Com calma para não acordá-la, acomodo-a na cama e fecho as cortinas. No silêncio do quarto vejo pela fresta da janela o Sol já alto no céu... Que venham os fogos e os incontáveis anos ao lado dela!

29/12/11 – 00h54min

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Maldita cidade




Suas luzes pintam as nuvens com um alaranjado brando, imitando descaradamente a beleza do pôr-do-sol; ofuscando o brilho das estrelas e deixando o céu morto, vazio.
Sua gente se esconde na própria ignorância isolada do mundo; mais parece o povo de uma província atrasada.
Suas ruas pulsam com a podridão de seus dirigentes imundos, exalando o hálito pútrido de todos aqueles que ousam proferir seus nomes.
Seus contrastes e hipocrisias envergonham todos os (raros) cidadãos de bem; carroças e luxuosas limusines dividem o mesmo asfalto cheio de cáries.

Esta é minha maldita cidade que, além de tudo, está longe da cidade Dela... Longe de mais para saber o quanto. Perdido no mapa eu tento encontrar o caminho que me leve (finalmente) até Ela.

09/12/11 – 19h 19min

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Álbum de mentiras





Tudo que tenho são fotos e um punhado de palavras. Não me deste mais nada. Resta-me olhá-las e acreditar, que em algum lugar, tem alguém a me esperar.
Estas fotos podem ser poucas, mas são únicas.
Estas palavras podem ser curtas, mas são sinceras.

Queria montar um álbum com nossas recordações, mesmo que inventadas por minha insanidade. Sonhos que cruzam a linha da realidade e se tornam lembranças falsas.
Quero acreditar que estivemos juntos em outros invernos. Crer numa mentira forjada nos confins da minha loucura.
Uma mentira tão real quanto você; não posso vê-la, mas posso senti-la.

02/12/11 – 00h39min

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Nuvens que dançam



Os ventos trazem uma fragrância úmida que denuncia a chuva prestes a cair.
É fascinante ver o baile de nuvens; montando figuras, mosaicos de algodão nos ares. Como se Deus estivesse a pintar um quadro numa tela em branco no céu. Mas agora elas formam um espesso cobertor que é puxado sobre nossas cabeças imparciais. Um lençol de retalhos escuro e furado que se estende sobre a cidade.

Ouvir o rufar profundo dos tambores dos céus é intimidador.
Olhando a escuridão das nuvens acima, percebo que é parecida com a escuridão dentro de mim. Um vazio, um nada, um vácuo no meu peito onde a luz não alcança. Uma penumbra que só você iluminaria. Mas você não está aqui, não é mesmo?

Deitar-me e notar que passarei mais uma noite sozinho é revoltante. Ter a plena consciência de que poderíamos estar nos sufocando de desejo agora, é uma agonia que pára o maldito tempo.

Enquanto sonho com o dia que lhe encontrarei, observo as nuvens; minhas únicas amigas, companheiras para todas as horas, pois sentem minha tristeza e vêm chorar comigo.

02/12/11 – 00h20min

domingo, 13 de novembro de 2011

Perdão





Vivemos uma hipocrisia de desejo e julgamento. Pecamos e admitimos, mas não paramos. Continuamos escravos daquelas vontades sujas e primitivas.
Queria poder envolver seu rosto com carícias leves, olhar no fundo do castanho quase negro dos seus olhos e pedir pelo perdão.

Saber que a decepção que eu te causo e afasta você de mim é como torcer um punhal no meu peito. A consciência de não ser bom o suficiente para aquela que me entregara o coração é uma lenta morte de dentro para fora.
Não vou culpar o mundo por me oferecer tamanha variedade de sabores e sensações exóticas, culpo a mim mesmo por querer experimentar todas.
“A carne é fraca”. Quantas vezes já me ouvira falar isso?
Vou reformular esse dogma: “sou fraco”.

Minha súplica é simples: não desista de mim.

Perdoa-me por ser o que sou.
Perdoa-me por ter errado.
Perdoa-me por não estar do seu lado.

Jamais desistirei de você e da eternidade de felicidade que podemos ter juntos. Você é meu abrigo. Tudo de que preciso nessa vida implacável.
A distância é um agravante para nossas recaídas tristes. Sua ausência me envenena com a necessidade de descarregar meus desejos no que estiver de mais próximo. Se estivéssemos juntos, banharia você a cada minuto com o mais belo sentimento que já me correu às veias.

Agora sei o gosto do arrependimento, e é muito pior do que eu poderia imaginar. Venha suturar os pontos nos meus lábios, que se cortaram ao proferir palavras afiadas e mentirosas. Cuida do meu único bem – meu coração.
Compreenda que não me orgulho do que fui e que pretendo mudar o que sou, para um dia ser o que você sempre sonhou.

Eu te amo.

14/11/2011 – 00h34min

sábado, 12 de novembro de 2011

Rascunho do Amor



Curvado sobre uma folha de papel em branco; assim começa mais um dia.
Jogando entre as linhas palavras aleatórias que me surgem na cabeça. Repetindo o refrão triste da minha vida “dor, dor, dor”. O maldito som do lápis correndo as páginas é como se meus sentimentos estivessem rasgando a barreira do abstrato e pulando dentro da realidade. Podem ter se tornado concretos, mas ainda não são tangíveis.
Se eu pudesse tocar meus pensamentos: imaginaria você do meu lado para finalmente senti-la; agrediria violentamente meu ódio que só cresce; mataria a maioria de minhas lembranças; viveria o futuro, e não o presente.
Não enxergo a linha tênue entre ‘viver’ e ‘sobreviver’.
Cada dia é mais desgastante que o anterior. Novas idéias e dúvidas me acometem. Descrença e medo são mais freqüentes com o passar doloroso dos minutos eternos.


Minha total sinceridade pertence ao papel. O melhor ouvinte, o pior crítico, o mais confortável dos ombros, o mais falso dos amigos.
Sua imparcialidade me contagia.

Quem sou eu? Só mais uma página nesse livro tortuoso. Sendo usado de rascunho por um péssimo escritor – maldito seja esse Amor.
Quem é você? O clímax doutro livro, melhor escrito e mais atraente.

Queria ter a sorte de ser posto ao seu lado numa mesma estante dentro de uma biblioteca vazia

12/11/2011 – 00h27min

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A BICICLETA DE DEUS





Numa noite quente de verão tardio, um jovem foi falar com um velho sábio:

"Mestre, como posso ter certeza de que estou vivendo minha vida direito?
Como posso ter certeza de que tudo que faço é o que Deus me pede para fazer?”

O velho sábio sorriu satisfeito e disse:

Uma noite eu fui dormir com o coração muito aflito. Eu estava tentando, sem sucesso, responder a essa mesma perguntas. Foi então, que eu tive um sonho...

Sonhei que tinha uma bicicleta com dois selins. Vi que a minha vida era como uma corrida de bicicleta para duas pessoas, uma bicicleta também.

E vi que Deus estava sentado no selim atrás de mim e... Ajudava-me a pedalar...

De repente, Deus me disse para trocar de lugar... Eu concordei. E, a partir daquele momento, a minha vida nunca mais foi a mesma.

Deus tinha transformado a minha vida que agora era feliz e emocionante...


Mas... O que, de fato, aconteceu desde que trocamos de lugar?

Percebi que, quando eu estava dirigindo, eu já sabia o caminho, e tudo era chato e previsível.

Mas quando Deus tomou a dianteira, tudo ficou diferente...

Ele conhecia lindos atalhos, e subia montanhas, por lugares rochosos em alta velocidade...

Eu continuava sentado no selim... Tudo era maravilhoso... O vento batendo no rosto e Deus dizendo sempre: “Pedala, pedala!”

Às vezes me preocupava e, quando ficava ansioso, perguntava: “Senhor, para onde estás me levando?”

Ele apenas sorria e não respondia. Entretanto, não sei como, comecei a confiar. Logo me esqueci da minha vida “chata” e entrei na aventura.

E quando eu dizia: “Senhor, estou com medo...”, Ele se voltava para trás, tocava a minha mão e, imediatamente, uma grande serenidade me invadia...

Ele me levou até pessoas que tinham os dons de que eu precisava: dons de aceitação, cura e alegria...

Essas pessoas me davam seus dons para que eu os levasse comigo ao longo da minha viagem, ou melhor, da viagem de Deus e minha. E seguíamos em frente.

Deus me disse: “Dê aos outros esses dons; não os retenha; é muito peso na bagagem”. Comecei, então, a distribuir os dons às pessoas que encontrávamos. E percebi que, ao dar os dons, era eu que recebia... e o nosso fardo se tornava mais leve.

No começo eu não tinha confiança em dar a Ele o comando da minha vida. Tive receio de entregar-me a Ele.

Mas Ele conhecia muito bem os segredos da bicicleta:

Sabia como incliná-la para lidar com curvas fechadas,

Sabia pular para superar lugares vazios de pedras,

Sabia voar para encurtar os caminhos difíceis.

E eu então comecei a aprender a ficar calado, a pedalar nos lugares mais estranhos, a degustar o panorama ao redor e a brisa fresca no rosto, a apreciar um companheiro de viagem maravilhoso: meu Deus!

E quando eu acho que não vou aguentar seguir em frente, que não conseguirei mais avançar, Ele apenas sorri e me diz:

“Não se preocupe, eu guio, você só pedala!”

Essa é uma história que nos encoraja a abandonar tudo e nos atirar confiantes nos braços de Deus. A vida e como pedalar uma bicicleta: você só cai se parar de pedalar!

Coloquemos nossa vida nas mãos de DEUS!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

No inferno encontrei um anjo




No discar lento e incerto de seu telefone vejo como nosso contato é frágil. Não ouço sua voz há meses, fico restrito a ver suas poucas fotos repetidas vezes... Doentio. Você é capaz de arrancar minhas lágrimas sem esforço; restam-me poucas, pois já gastei muitas à toa por quem não as merecia. Já você merece não apenas meus prantos de desejo, mas também meu sangue borbulhando de ódio. Ódio desse mundo que insiste em ir contra nós, ódio daqueles que não acreditam no amor, ódio na vida que me privou por tanto tempo de sua presença.

Deus é, sem dúvida, o mais sábio que há, afinal, criara você. Mas me sinto na obrigação de questioná-lo. Apesar de ter criado com tanta perfeição esse mundo ingrato, Ele o fez grande demais, e nos colocou diametralmente distantes.
Agora o inferno não está abaixo da terra, mas sim em qualquer lugar longe de você. Estou bem no meio dele, a mercê de um demônio chamado impaciência. Sua influência é tanta que estou disposto a largar tudo – amigos, família, futuro – para ter o prazer de um mero toque, sentir o calor de um suspiro no meu pescoço, ouvir que me ama.
Não consigo dizer muito apenas com papel e lápis nem com o pouco conhecimento que tenho. Para mim “eu te amo” não basta, mas é tudo que sei.

Recordar como sua voz soa ao telefone. Sua respiração ofegante e trêmula, sempre com um tom meigo e sereno.
Nossos devaneios inocentes durante a conversa mostram o melhor de mim.
Você lapidou e esmerou minhas vontades, sonhos e objetivos. Tudo agora aponta para um futuro em que nós estejamos juntos.

Você é o anjo que me dá esperanças de um dia escapar do inferno, arrependido com o que era e otimista com o que serei (por você). Sei que não é muito, mas se quiser me tomar para si, vá em frente.

02/11/11 – 00h07min

sábado, 29 de outubro de 2011

Inspiração




Como uma árvore acenando com a brisa um leve adeus para o Outono que se vai, ainda despreparada para o Inverno que promete castigar. Eu vou perdendo minhas folhas, pedaços de mim se desprendem e voam sem rumo.
Minha paixão e inspiração são apenas mais duas folhas mortas em meio à chuva da muda. Fico restrito a orar que um dia chegue a Primavera.
Os ventos quentes da mudança, do florescer. Tenho que sobreviver na penumbra do campo se quiser ver o Sol nascer em mais um equinócio.

Parado e firme com minhas raízes fincadas em minhas crenças e ideais. Aguardando ansioso o dia que meu amor aparecerá, trazendo as pétalas, os perfumes e a vida de volta à minha casca fria.

19/10/11 – 17h06min

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Diga-me o que quero ouvir




Teus olhos são como espelhos onde enxergo as coisas como elas não são, emoldurados pelos cílios de um anjo caído, que fisga tanto o olhar quanto o coração.
Ilusão divina que ofusca a visão. Contradição maldita me leva à tentação.
O vermelho vivo dos teus lábios a brilhar, chamando meus desejos para afogar minha vontade e minha saudade.

A mistura dosada de perfume e suor nos lençóis entrega sem medo nossa última noite juntos.
As fotos que tiramos e que ainda registraremos de cada momento. Recordações valiosas que sirvam de exemplo para o mundo que o Amor existe, sim.

Não se classifica como egoísmo virar as costas para tudo e todos e dedicar-se somente a quem amamos. Trata-se apenas da realização de um sonho. “Apenas”... Palavra vulgar para designar algo tão importante.

Verbalizar sentimentos é tão fútil... Afinal, é uma tentativa frustrada de ter meu coração aberto e exposto numa mesa para que entendas o que sinto.
Às vezes considero seriamente em desistir.
Correr até a sola de meus sapatos partir. Até meus pés sangrarem. Até meu corpo vazio cair no chão, enquanto meu coração ainda te persegue. Até te encontrar...
Só então poderei me matar naquilo que tira minha paz. Livrar-me de cada palavra dita.
Antes que minha angústia tenha um fim, diga-me se sente o mesmo por mim.
Se não, que faço aqui?
Diga-me o que quero ouvir!

05/10/11 – 16h32min

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dizeres do coração

Queria que calasses minha boca, que balbucia palavras sem sentido, com teus lábios. 
Provar da canção muda de nossos corpos em sintonia. 
Um ritmo ditado pela sincronia de nossos sussurros e gemidos que rompem o silêncio. 
Sinfonia erma de instrumentos, mas povoada de paixão.






27/09/11 - 22h15min

Refletir e chorar (minha rotina)





Meu rosto é só mais uma máscara feia, vazia e inexpressiva. Não sei demonstrar minhas emoções através de gestos, olhares, sorrisos ou prantos. Sou o mesmo. Feliz ou triste? Como estou? Você jamais saberá.
A única maneira que encontrei de externar meus sentimentos é escrever.
Acostumei-me com a segurança de me esconder atrás de uma mesa e rabiscar o papel com pensamentos e desejos.
No cair lento de cada lágrima por mim derramada um pedaço de minha máscara se vai... Pois nos momentos de solidão eu abandono meu semblante falso  e parado para mostrar o que realmente se passa dentro desse espaço aparentemente vazio no meu peito.
Arrastando-me até meu ópio.
Arrastando-me até você...

A marca do seu beijo carimbada nos meus lábios. Aquele perfume doce que eu guardo de lembrança em minhas melhores roupas. Seu rosto tatuado no meu estampado em meu coração.
Lembretes do que eu já fui uma vez – feliz.

Minha rotina é lembrar como era; imaginar como eu queria que fosse; lamentar o que nunca será.




27/09/11 – 19h56min

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Eu desisto...




Minha vida é tão instável que o ontem e o hoje formam um paradoxo. Meu passado é conflitante com meu deprimente presente.

Já provei do sabor único do amor verdadeiro. Mas foi rápido demais para desfrutar. Tão breve que tudo que resta são vestígios... Pedaços de lembranças de gostos marcantes.
Agora tudo que quero é reviver essa sensação indescritível, me embriagar naquilo que completa. Amar e ser amado.

Aquela fragrância, que antes ficava apenas em seu pescoço, agora está impregnada na minha memória, cegando meus sentidos, afastando o prazer de novos aromas. Alucinações tangíveis.

Você é o fantasma que assombra os corredores escuros dessa mansão abandonada que chamo de coração.


20/09/11 - 21h25min

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Açoitado pelo amor



Antes tudo era tão simples, eu apenas existia. Só assistia a vida passar. Mas assim que você apareceu, eu comecei a viver.
Você mudou tudo. Para melhor? Para pior? Não importa. Só não quero voltar a ser o que eu era antes.
Não serei mais um qualquer declamando frases doces, cantando canções de amor banais, com palavras de um conquistador barato. Quero ser muito mais que isso para você.
Nós dois já sofremos o suficiente para encher milhares de vidas de dor, por isso eu suplico: acredite em mim quando disser que te amo.

Mas, por enquanto, sou obrigado a mentir para mim mesmo sobre o que sinto, só assim posso agüentar uma vida sem você! Caso eu comece a repetir o quanto você significa, não suportaria mais viver.

Eu costumava te querer, mas agora eu preciso de você.

Vou apodrecer de tanto esperar... Esperar por um amor impossível, algo realmente incrível, esperar por você, até apodrecer.
Quando você surge num pensamento ligeiro, correndo por minha mente, tenho meus únicos momentos de serenidade. Breves demais para aproveitar.
A única coisa que eu gostaria de entender é: você.

Ainda pensa nele?
Pois eu sim, mas não como rival ou ameaça.
Penso nele como um sortudo. Algo que temo nunca ser...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sou só eu?




Por melhores que certas pessoas sejam, comentários não intencionais ainda podem nos ferir.
A consciência de que há outros vivendo uma vida plena e feliz me encher de rancor e inveja, afinal também sou humano, por mais que me arrependa disso.
Saber que todos à minha volta tem a quem amar, abraçar, sussurrar juras de amor e confessar suas paixões, deixa-me no limiar da indignação.
Ver isso tudo é como se uma série de socos fossem dados diretamente em minha esperança. Esse mundo me reprime, é lindo poder ver que o amor ainda existe entre as pessoas, mas é uma tortura só poder presenciar isso e não poder vivenciar tal sentimento.

Poder ouvir a voz da pessoa amada, tocá-la, beijá-la, tê-la devem ser as melhores sensações que existem. Apenas devem ser... Já me esqueci como é provar o gosto doce de lábios apaixonados, escutar aqueles gemidos inocentes chamando seu nome, sentir o calor do corpo daquele alguém tão especial.

Adoraria me lembrar da época que eu ligava para ela e gastávamos horas sem assuntos relevantes, apenas pelo prazer da voz um do outro. Saber que tem alguém do outro lado dessa linha tênue que se preocupa com você é indescritível.
Pena que agora eu apenas posso almejar aquilo que todos tem, menos eu – o Amor.

16/08/2011 – 22h32min

sábado, 20 de agosto de 2011

Tragando meu amor



Estamos limitados às palavras banais que qualquer bastardo pode dizer – “eu te amo, eu te amo...”.
Quero mais! Muito mais! Quero ter o contato que falta entre nós. Sentir de verdade o amor que alegamos ter.
Mostrar-lhe que a paixão que me domina é minha única motivação para vencer esta maldita distância. Quero você. Mesmo no silêncio, na escuridão, na incerteza. Que esteja em algum a me aguardar ansiosa.
Enlouquecendo, você? Talvez, não sei.
Enlouquecendo, eu? Sem dúvida.
A expectativa que me cega é como uma trufa recheada de licor, tudo parece tão doce, mas quando ouso dar a primeira mordida o gosto amargo me fere.

Se o amor fosse algo tangível imagino que seria um cigarro aceso.
Ele queima se for mal manuseado.
Ele brilha quando tragamos e saciamos nossa vontade.
Deixa-nos dependentes.
Nos dá prazer, quando na verdade está nos consumindo.
Ele é um assassino silencioso.

16/08/2011 – 23h12min

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Alimentando a dor



Há horas que sentimos a necessidade de nos fazermos de vítimas. Precisamos de um pretexto para derramar uma lágrima e reafirmar nossa condição de meros humanos.

Teu beijo me envenenou; depois dele minha vida perdeu totalmente o gosto.
É fácil ver que não consigo te esquecer, basta olhar para o sorriso sínico e ingênuo do meu coração, que acredita não precisar mais de você para ser feliz. Pobre tolo.
Sempre fui um observador distante de sua beleza. Nunca tive efetiva coragem de me aproximar e ser quem eu queria que você conhecesse. O medo de perdê-la me prendia a um comportamento repetitivo e desconfiado.
Você era meu trunfo, minha vida. Você era minha. Será mesmo?
Dizem que só damos valor às coisas que temos depois que as perdemos. Eu te supervalorizava antes e depois de tudo acabar.
Agora vivo um Déjà Vu do que uma vez fomos. Memórias, momentos, mentiras.
Ainda canto as músicas que costumavam tocar quando estávamos juntos. Lembro-me de cada palavra dita, cada gesto e cada olhar. Cegamente fui guiado mais e mais dentro dessa insanidade chamada Amor. Sem notar a fria realidade por trás dos teus olhos falsos.
Não importa onde eu tente me esconder, esse sentimento continua a me assombrar.
Ouço vozes na minha cabeça e tudo o que fazem é reclamar. O que eu não faria para ter a mente apagada? Calar todos esses que enchem meu pensamento de idéias erradas, jogar fora todas as nossas lembranças juntos, da mesma maneira que você fez.
Recordações cruéis, que oprimem e cobram de mim justo aquilo que perdi.
Eu não minto; minhas verdades que são difíceis de aceitar.

Não é saudade o que sinto, pois não posso sentir falta de algo que nunca tive.

21/07/11 – 01h 39min

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Sonho



A única diferença entre sonho e realidade é o quão dispostos estamos a acreditar no que está diante de nós.

Meu quarto – palco de muitas histórias – agora se torna cenário de uma mentira; um sonho mais real do que os momentos que passei com Ela. Estranhamente, não estávamos sozinhos. Havia outros no mesmo lugar, porém estáticos, meros figurantes mudos, numa cena onde eu protagonizava um reencontro. Não me lembro de seus rostos.

Ela, a única que reconheci, recostada na cabeceira da minha cama, parada. Aproximo-me dos lençóis perfumados com seu cheiro. Deito-me ao seu lado, mas minha presença passa despercebida. Vidrado naquela garota com olhar perdido no nada.
Toco-lhe o ombro e, suavemente, seus olhos tornam em minha direção. Todos à nossa volta somem.
Eu e ela passamos alguns instantes nos encarando com sorrisos inocentes.
Sua mão me envolve o pescoço e me puxa para perto, até ficarmos de rostos colados.

Senti o canto dos lábios dela procurando os meus, vindo cada vez mais, até que antes de perceber, estávamos nos beijando. Como costumávamos fazer. A mesma sensação que por tanto tempo me consumia e me tentava.
Aquela pele macia sendo pressionada contra minha saudade. Nunca me senti tão vivo.
Nostalgia assustadora.
Pena que nosso beijo durou pouco...

Subitamente, ela vira-se e corre para outro cômodo. Lá fui eu seguindo-a. Ao encontrá-la pergunto minhas últimas palavras: “por que não podemos apenas tentar?”.
Notei que estava prestes a me responder, mas nada ouvi.

Um ruído ensurdecedor me amedronta e me faz levantar assustado. Era o maldito relógio que arrancou ela de mim tão de repente.
Tudo aquilo não passara de mais uma noite com memórias me traindo.

Mas quando acordei, meu pescoço suava justamente onde ela me tocou. Minha boca estava seca. Meu corpo tremia.
Fora apenas um sonho? Espero que não.

19/07/11 – 15:35

domingo, 10 de julho de 2011

Vagando sem rumo, pensando em tudo



Sabe qual é a única coisa que não pode ser roubada de nós? Nosso bem mais precioso, íntimo e oculto? Nossas idéias. Uma vez postas em nossas cabeças, cabe a nós mesmos tirá-las.
É impossível pedir que alguém esqueça de algo por nós, ou retome uma lembrança perdida. Nossas mentes são nossos únicos espaços de privacidade plena.
Por isso sofro, você não sai de minha mente. A imagem de seu sorriso envergonhado repetindo freneticamente através de minhas memórias, aquela sua frase curta, porém forte, ainda me deixa sem fôlego – “eu te amo” –, a esperança de um dia poder sentir o toque de sua pele macia me traz lágrimas nos olhos todo dia.
Expectativa é um pensamento traiçoeiro, pois ela limita nossas esperanças à uma idealização que muitas vezes não condiz com o real.
A imaginação nos trai, porque quanto mais nós criarmos um mundo só nosso mais ele se afasta do concreto.
Sonhos... São apenas devaneios da mente. Necessidades de vagar por entre anseios e desejos. Sempre dói ao notar que tudo aquilo que vimos, tocamos e sentimos, não passara de uma noite de sono como outra qualquer.

Falta de realidade é o que nos motiva a continuar vendo o mundo à nossa maneira, sempre lindo. Não queremos o real, o normal, o comum. Queremos algo mais... Além.
Por isso lhe asseguro que a única coisa que ainda me falta para que possa considerar minha vida completa é você. Um sonho que espero nunca se tornar realidade, pois deixaria de ser perfeito.

10/07/11 – 23h11min

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Minha promessa




Todo abraço sincero e apaixonado que você me dava apertava meus pulmões e me roubava o fôlego.
Toda palavra soava como um delicado acorde. Aos poucos suas frases tornavam-se canções, músicas que eu canto até hoje na solidão.
Todo beijo lembrava-me de nosso primeiro. Preciosos minutos que não voltam. Desbravar teus lábios na inocência de encontrar neles o que eu procurava tão desesperado – o amor.

Com o tempo teus olhos ficaram incolores; teu perfume, inodoro; teu toque, comum; teu beijo, insípido.

As incontáveis páginas de poemas e juras de amor que eu lhe entregara iam mofando, ficando amarelas como seu sorriso falso ao me ver. Passou a me abraçar cabisbaixa, desmotivada, triste.
Meu amor ignorante me vendou.
Para mim você continuava a mesma. O cabelo passou a cobrir o brilho que vinha dos olhos. Tua pele ficou fria, ao toca-la eu sentia a necessidade de aquecê-la , quando na verdade era um sinal. Só mais um de vários outros sinais.
Como não pude vê-los?
Porque eu não sei enxergar, eu sou um cego guiado por sentimentos.

E agora o que me resta?
Não nos falamos, mau nos vemos, nós nunca mais sorrimos na presença do outro.
Você me prometeu que no fim continuaríamos a amizade que construímos antes do amor a destruir. Pena que nem todos cumprem com o prometido...
Lembra-se de minha promessa?
Lembra-se daquele buquê de flores vermelhas que te dei certa vez? Nele vinha uma rosa de plástico e um bilhete dizendo: meu amor por você só acabará quando a última flor morrer.
Lembra-se de minha promessa?

23/06/11 – 17h37min

terça-feira, 21 de junho de 2011

No meu velório...





Um dia de sol escaldante, o canto dos pássaros nos envolvia. As pessoas na rua, despreocupadas, como se nada tivesse acontecido, mal sabem que alguém entre elas se fora hoje. Afinal, só um não fará a menor diferença, certo? Só fará quando for você aquele prestes a partir. E chegara minha vez.

Num típico funeral o que se espera? Chuva, dor, saudade, comoção, lágrimas?
Não hoje. Pois nesta manhã quente não via-se nada disso.
As carreatas que acompanham os amados mortos me esqueceram.
No meu velório só estão presentes os funcionários da funerária, pagos apenas para despejar meu corpo num buraco.

Cemitério ermo. As lápides me encarando, chamavam meu nome. Minha cova previamente feita me aguardava ansiosa.

Não há quem se importe, ninguém ousa comparecer, aliás, não mereço presença. Nenhuma viva alma sentirá minha falta.
A terra me esmagando, a luz se já não me alcança, a esperança já me abandonara.
Após ser enterrado percebo que devia ter partido mais cedo. Devia ter livrado o mundo de mim há mais tempo.
Só peço que não se esqueçam de mim, do quanto me sacrifiquei por vocês, da vida que desperdicei por amor.
Será que tudo isso valeu a pena? Tarde demais para descobrir. Agora só me resta apodrecer.

21/06/11 – 23h11min

terça-feira, 14 de junho de 2011

LIEBE



Desabafar com as paredes é a única opção que me resta.  Não há mais quem suporte me ouvir, pois meu coração não suporta mais sofrer.
Eu não entendo a repercussão de meus atos, eu raramente penso antes de fazê-los. Mas ontem foi a última gota.
Num mundo tão vasto, eu tinha logo que sentir isso por você...? Tenho medo de dizer “apaixonado”, porque não quero colocar em risco tudo que passamos e tudo que temos.
Aquela noite deixará cicatrizes profundas em nós. Duvido que esqueçamos o que se passou entre aquelas paredes. Um sonho? Um pesadelo? Ambos?
Não sei o que pensas de tudo isso, só quero que saiba que tudo que fiz foi por medo. Medo de te perder, medo de demonstrar algo que nunca imaginei sentir, medo de deixar outra pessoa toma-la de mim.
Nunca ponderei em como seria te desejar, e isso me assusta. Tudo que compartilhamos parece convergir a esse momento no destino, onde eu, inevitavelmente, sentiria algo por você. Mais avassalador e contraditório que nunca.
Antes da noite passada éramos companheiros, confidentes e amorosos. Agora não faço idéia do que pensar de mim. Por causa de minhas atitudes premeditadas me afastei involuntariamente de uma das razões do meu viver – você.
Jamais fora minha intenção distanciar-me de ti. Apenas aconteceu. Enquanto estou a sucumbir e a me amaldiçoar, você aproveita a paixão recém-encontrada. Trocando palavras doces e promessas ternas com teu amor (esses seriam meus planos para nós dois) você se aproxima mais e mais de uma vida feliz. E essa vida é tudo que eu desejo para você. Meu único arrependimento é que não será comigo. Ainda te amo do modo como sempre amei, mas agora não sei do que sou capaz de fazer. Preciso me acalmar e me conformar que essa é uma luta perdida, pois vitoriosos são aqueles que estão predestinados a ganhar. Do mesmo modo que eu estou fadado ao desgosto eterno e à mágoa incessante. Nunca vou deixar de te amar, mas será necessário deixar de te querer.
ICH LIEBE DICH.

14/06/11 – 14h37min

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Escrevendo para aquela que não me escreve




Quando estou longe de você eu choro de saudade.
Quando te vejo meus olhos se enchem d’água,
 por saber que você jamais será minha.
Todo o tempo gasto juntando coragem para lhe dizer o que meu coração clama... Tudo jogado fora.
Tantos planos, tantas idéias, tanta esperança; nada me resta.
Você... Justo você que me fazia perder o sono toda noite e acordar no dia seguinte com um sorriso estampado no rosto. Justo você... Foi embora e encontrou felicidade nos braços de outro.
Assim que a notícia me atingiu, senti como se fosse um tiro atravessando-me o peito e furando-me a única coisa que lhe prometeria – meu coração.
Agora, cada vez que grito teu nome sou ignorado; sempre que ouso lembrar do teu rosto, sou ferido nas cicatrizes de amores passados; quando tento tocá-la sou empurrado de volta para o canto escuro alcunhado de solidão. O amor pra mim se tornou uma busca rotineira onde não há pistas, caminhos, rotas, atalhos ou placas. Tudo não passa de um ciclo onde não vou a lugar nenhum sendo guiado por uma luz que, por mais que eu acredite ser esperança, é apenas um resquício de pessoas que alcançaram a felicidade.
Meu coração não bate, mas ainda se parte.

09/06/11 – 22h07min

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dualidade do coração




Receio que me envolver me priva de aproveitar a vida. Ao entardecer de mais um dia desperdiçado eu percebo que a vida está passando e eu não estou vivendo. Meu coração bate como o de qualquer outro. Mas bate sem um propósito, sem uma razão que o faça socar a parede de meu peito com vivacidade. Já batera voraz e com vontade de amar, mas agora, não passa de uma fera enjaulada com medo do mundo cruel lá fora.
Não há mãos que possam o acalentar, não há vozes que possam o acalmar, não há quem o possa salvar.
Talvez haja...
Mas esse medo patético de ser apunhalado novamente o torna prisioneiro da amargura. Será que ainda amo? Será que existe alguém nesse mundo capaz de despertar meu amor?
Talvez haja...
Um lugar para o qual eu possa correr e me abrigar com essa pessoa ainda misteriosa.
Talvez haja...
Um modo de encontrá-la, mesmo após ter me perdido.
Talvez haja..
Esperança.

Só uma coisa é certa nessa minha vida miserável desprovida de paixão, há quem ria de mim. Há aqueles que não entendem a necessidade de amar, assim como aqueles que encontraram o que estavam procurando. Estes, e tantos outros, me humilham diante de mim mesmo, fazendo-me de exemplo para nunca mais amar de novo.
Sentirei falta dos momentos, das risadas, dos beijos, dos toques, das palavras que ainda me assombram na hora de dormir. Recordarei avidamente aqueles curtos instantes que minha vida teve um propósito. Por que não posso vivê-los outra vez? Melhor pergunta seria: por que não consigo?
Talvez haja esperança. Talvez não.

31/05/2011 – 22h05min

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fuga da mente, viagem da alma



Para mim, pessoas são como presentes. 
De nada vale a beleza da embalagem se não houver um conteúdo aproveitável. 
Há aqueles que se gabam da pompa e dos adereços supérfluos de seu exterior, mas não tem nada do que, realmente, se orgulhar. 
Por dentro não passam de pobres caixas vazias...
Enquanto vocês procuram algo de importante para suas vidas, eu me apaixonei por um pequeno envelope. 


Simples. 


Apenas com um pedaço de papel amassado dentro, que dizia: “eu te amo”. 
O melhor presente que eu poderia querer. 
Teu amor.
                       .
                             .
                                         . 
                                                                               .                       .                                                                                  
           
16/05 – 14h20min

sábado, 7 de maio de 2011

Amar dói





Eu já amei uma vez, mas isso faz muito tempo. Ainda me lembro do frio na barriga ao ouvir o telefone tocar, do suor nas mãos ao te ver de longe, do olhar tímido que você insistia em me dar.
Quando nós nos amávamos o amanhã nunca chegava... Demorava mais de uma vida. Porém, quando finalmente chegava, nós chorávamos pelo ontem não voltar mais.
Ainda amo, ainda fiel e tolo como sempre. Um prisioneiro voluntário em minha própria cela de cegueira. Acredito no amor, mas tento não crer no que faço por ele.
Amor é uma hipocrisia passional, pois num dia vemos e rimos daqueles que alegam amar, e no outro sofremos nas mãos do mesmo sentimento.
"Amor". Quatro letras. Várias faces. Um significado (até hoje desconhecido).

terça-feira, 3 de maio de 2011

Mesma história




De agora em diante vou andar com o coração vendado e preso numa camisa de força, pois este tolo insensato já me fez sangrar muito por razões banais.
Carrego as cicatrizes do descaso, da desilusão, do amor não correspondido e do amor ainda vivo. Pesos para a consciência e para o peito, pois não sei até que ponto vale arriscar-me por uma paixão. Não quero que tudo se repita, mas é tudo tão similar... Mesmo motivo, mesmas circunstâncias, mesmo idiota à busca de um amor de verdade.
Ainda acredito. Acredito que com você será diferente, será melhor, será real.
Será?
Só sei que crer é o primeiro passo para saber, e desde que você me ensine, eu quero aprender. Aprender a amar.


03/05/2011 - 21:12

domingo, 24 de abril de 2011

LONGE DE CASA




Dormir ao som de grilos, e romper a alvorada com um galo estridente. Estou no interior. Os campos de trigo chicoteado suavemente ao vento, o coro de pássaros, as colinas a sumir no horizonte.
Longe do barulho, do tumulto, da pressa, das pessoas. Longe de casa, perto de Deus.
Antes de ir, recuso-me a sair. Mas por quê? Será que de tanto me alienar estou confortável nessa vida medíocre? Não quero nada além do que vejo nessa rotina agonizante?
Não tenho nada a perder...
Afastando-me do caos urbano, encontro uma outra realidade. Nela, esqueço quem sou, perco-me. Encontro o que buscava há tanto tempo – o amor.



Quem será ela? É linda! Tenho medo até de me apresentar.
A insegurança sempre força que eu me recolha num canto solitário.
Passei dias pensando no que te dizer. Até aquela noite...
Coincidência? Talvez. Perfeita? Sem dúvida.
Um encontro que não parecia promissor torna-se um nirvana num piscar de olhos.
Nossa aproximação inocente foi emoldurada pela música ao fundo, nosso toque cada vez mais constante e menos acanhado, nossa troca de olhares envergonhados, nosso beijos quente e apaixonante. Esqueço-me até de dançar! Tudo que quero nessa hora é segurá-la antes que a noite acabe. Sentindo aquele calor fluindo por entre nossos corpos me sinto mais em casa do que nunca, não quero mais volta para minha antiga vida. Suas marcas de batom ainda estão em mim, seu perfume está impregnado em minha roupa, sua voz está ecoando em minha cabeça, seu rosto está me cegando os olhos, seu nome está cravado em meu peito.
Já amanhecera e agora é nosso adeus. Nossos lábios se tocam uma última vez e nunca mais a vejo. Mas ainda assim, sinto-me ligado a você.
Desde meu primeiro olhar tímido, sabia que você não era como as outras. Enquanto isso, não sei o que passa em sua mente.
Será que o que pensas de mim é o mesmo que penso de ti? Só saberei quando nos virmos novamente. Espero que seja em breve.
Será que te amo? Tenho medo de responder...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Triste Realidade



Por que a grama do vizinho é mais verde?
Por que o “nosso” nunca nos satisfaz?
Por que continuamos morrendo de sede?
Por que nossas vidas não valem mais?

Meu nome escrito em seu peito
Agora se apaga com o tempo
Esqueceste tudo que tinha feito
Como um grão de poeira ao vento

Mas o seu ainda está aqui
Cravado em minha mente
Prova da cova onde caí
Ainda não sei o que sente

Sempre fora misteriosa e fechada
Fizera de mim o que hoje sou
Uma pessoa de si mesmo enojada
Um alguém que uma vez te amou

Mas quando olho ao redor
Vejo todos vivendo bem
Sempre há alguém melhor
Por que eu não também?

Amor é uma faca de dois gumes
Sedutora e perigosa
Dela, ninguém nunca está imune
Lâmina cruel e maldosa

Por todo o corpo
Cicatrizes em mim
Um ser de desgosto
Serei pra sempre assim

Aquela luz que vemos
É apenas ilusão
Coberta em veneno
Vinda do coração