É inverno. O frio que faz não é sentido há anos.
Estamos de pijama, nessa noite nublada e triste. Um vento cortante entra pela fresta da janela.
Ela me abraça com força, eu sinto sua pele arrepiada e trêmula. Entrego-lhe uma blusa de moletom e à levo até a rede da varanda. Ficamos lá, com a brisa nos forçando a nos abraçarmos cada vez mais forte.
Começamos a ouvir gotas no telhado, aos pouco a garoa se transforma em chuva, que mais tarde vira tempestade.
Nós dois fechamos os olhos, com esse som de água caindo, escorrendo e batendo em toda parte, um se aquecendo com o calor do outro, balançando calmamente a rede, como se mais nada importasse. Só aquele momento. Eu me encontrei com meu “eu”.
Um “eu” feliz.
08/10/10 – 11h43min
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