Minha mente parece estar ausente, em outro plano.
Próximo à beira de um precipício que divide a Terra do Inferno, pensando em pular no abismo da ignorância, do medo e da tortura.
Pulei.
O vento batendo em meu rosto, seu som me cortando os membros. Abro os olhos, esperando dar de cara com a morte, mas tudo que eu vejo é o nada.
Continuo caindo. Sem passado, sem futuro, sem razão, sem destino, só caindo.
Esse poço sem fim finalmente mostra-me seu término.
Fecho os olhos e num segundo tudo vem à minha cabeça, tudo. O que fiz, o que devia ter feito, o que não poderei mais fazer. Entre essa enxurrada de pensamentos, te vejo, passando como um flash em minha memória. Se não posso tê-la, não preciso ter uma vida.
O som mórbido de meu corpo batendo no chão ecoa por vários segundo. Uma nuvem de poeira ergue-se e quando abaixa surge a imagem de uma pobre coitado, um cadáver que morreu em vão. Você venceu. Conseguiu o que queria.
02/11/10 – 16h28min
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