As luzes amarelas dos sinais de trânsito piscando sem parar me
lembram constantemente de que já está tarde.
Não há carros, nem pessoas. Só eu, dirigindo solitário pela noite
fria.
Gotas leves de uma chuva tímida acertam o pára-brisa e enfeitam a
paisagem repetitiva de ruas pelas quais passo.
Acelero cada vez mais. Sei que há algo muito especial me esperando em casa. Na verdade, alguém.
Aquela "alguém".
Ansiosa para me rever. Não há tempo a perder.
A cidade parece morta. Não vejo luzes nas janelas, não ouço sons
além de meu próprio carro. O ar estagnado e gelado entra por uma fresta na
janela semi-aberta.
Nessa aura de ausência e vazio, eu e Ela traremos a vida de volta à
noite. Faremos da noite criança novamente. Veremos o Sol nos pôr para dormir.
Mal posso esperar para chegar em casa. Vê-la deitada,
serena e terna em nossa cama.
Não conheço muitas formas de expressar o que sinto, mas espero que
as que escolhi sejam suficientes para você.
Continuarei fazendo o melhor que puder.
Mas quando chego em casa, sou recebido por uma cama vazia e um
celular.
Por enquanto o que me resta é ouvir sua voz...
Ela pode não estar comigo, mas um dia será minha, escreva isso.
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