Curvado sobre uma folha de papel em branco; assim começa mais um dia.
Jogando entre as linhas palavras aleatórias que me surgem na cabeça. Repetindo o refrão triste da minha vida “dor, dor, dor”. O maldito som do lápis correndo as páginas é como se meus sentimentos estivessem rasgando a barreira do abstrato e pulando dentro da realidade. Podem ter se tornado concretos, mas ainda não são tangíveis.
Se eu pudesse tocar meus pensamentos: imaginaria você do meu lado para finalmente senti-la; agrediria violentamente meu ódio que só cresce; mataria a maioria de minhas lembranças; viveria o futuro, e não o presente.
Não enxergo a linha tênue entre ‘viver’ e ‘sobreviver’.
Cada dia é mais desgastante que o anterior. Novas idéias e dúvidas me acometem. Descrença e medo são mais freqüentes com o passar doloroso dos minutos eternos.
Minha total sinceridade pertence ao papel. O melhor ouvinte, o pior crítico, o mais confortável dos ombros, o mais falso dos amigos.
Sua imparcialidade me contagia.
Quem sou eu? Só mais uma página nesse livro tortuoso. Sendo usado de rascunho por um péssimo escritor – maldito seja esse Amor.
Quem é você? O clímax doutro livro, melhor escrito e mais atraente.
Queria ter a sorte de ser posto ao seu lado numa mesma estante dentro de uma biblioteca vazia
12/11/2011 – 00h27min
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