Todo abraço sincero e apaixonado que você me dava apertava meus pulmões e me roubava o fôlego.
Toda palavra soava como um delicado acorde. Aos poucos suas frases tornavam-se canções, músicas que eu canto até hoje na solidão.
Todo beijo lembrava-me de nosso primeiro. Preciosos minutos que não voltam. Desbravar teus lábios na inocência de encontrar neles o que eu procurava tão desesperado – o amor.
Com o tempo teus olhos ficaram incolores; teu perfume, inodoro; teu toque, comum; teu beijo, insípido.
As incontáveis páginas de poemas e juras de amor que eu lhe entregara iam mofando, ficando amarelas como seu sorriso falso ao me ver. Passou a me abraçar cabisbaixa, desmotivada, triste.
Meu amor ignorante me vendou.
Para mim você continuava a mesma. O cabelo passou a cobrir o brilho que vinha dos olhos. Tua pele ficou fria, ao toca-la eu sentia a necessidade de aquecê-la , quando na verdade era um sinal. Só mais um de vários outros sinais.
Como não pude vê-los?
Porque eu não sei enxergar, eu sou um cego guiado por sentimentos.
E agora o que me resta?
Não nos falamos, mau nos vemos, nós nunca mais sorrimos na presença do outro.
Você me prometeu que no fim continuaríamos a amizade que construímos antes do amor a destruir. Pena que nem todos cumprem com o prometido...
Lembra-se de minha promessa?
Lembra-se daquele buquê de flores vermelhas que te dei certa vez? Nele vinha uma rosa de plástico e um bilhete dizendo: meu amor por você só acabará quando a última flor morrer.
Lembra-se de minha promessa?
23/06/11 – 17h37min
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